As Rosas


As rosas


 


Sim, as rosas nascem.


Elas crescem em campos descrentes


Vemos elas, surgirem carentes,


As rosas são o paradoxo total.


 


Elas levam o amor e a dor,


A alegria e o temor,


A solidão ou a união


São sorrisos na conquista


E choro na despedida.


 


Para aquele que a planta


Se vingada, simboliza a vitória,


Para aquele que a colhe,


Tem sabor de dádiva,


Para quem a vende,


Sabor de recompensa,


Para quem a compra,


Sabor de cartada,


E pra quem recebe


Adoça o ego.


 


Mas o pior é saber


Que o prazer de quem a mata


É tão saboroso quanto todos os outros


É um poder sobre a natureza,


É a perseverança da tristeza,


O calejar de cores e vida.


É sem dó, causar a despedida.


 


Sim, as rosas nascem.


Em terrenos escuros,


Em corações inseguros,


Em tempos distantes.


Em jardins e campos,


Sim, elas morrem...


Contra ou a favor de tudo que representam


Morrem sempre sós,


Clamando para que as alimentem.


Mutiladas, maltratadas, sem sementes. 

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